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22 de abril de 2012

O que é o glaucoma?


A palavra em si vem do grego e está relacionada com as cores azul, cinzento e verde do mar, que seriam supostamente as cores que um olho afetado tomaria, mas não é possível explicar a origem do nome com toda a certeza.

Esta doença passa por três fases:
1 – a fase de propensão para o glaucoma – os que reúnem condições para desenvolver um glaucoma;
2 - a fase em que o glaucoma começa a agir através do aumento da tensão ocular;
3 - a fase em que o glaucoma inicia o seu processo de danificação do campo visual. A danificação consiste na perda de células nervosas óticas, destruição das fibras óticas e danos no ponto cego – ou a cabeça do nervo ótico, interrompendo dessa forma e gradualmente a comunicação entre o nervo ótico e o cérebro.


Num glaucoma as células e fibras nervosas oculares vão-se deteriorando e a comunicação entre o olho e o cérebro vai-se perdendo. O olho continua a receber luz, pois tanto os bastonetes como os cones continuam funcionais, mas não consegue transmitir a informação recebida ao córtex visual. Portanto, a informação não é reconhecida nem percebida. O problema do glaucoma é que muito embora uma parte das células possa já estar deteriorada, a capacidade visual mantém-se, sendo assim impercetível para o paciente. Ou seja, esta doença é basicamente assintomática. O paciente vai perdendo a visão, sem se aperceber disso.

Em cada olho existe um ponto cego – situado na cabeça do nervo ótico, onde as fibras nervosas se reúnem, e nesse ponto o olho, como revela o nome, é cego. O que acontece no glaucoma é que para além desse ponto, vão-se formando, aos poucos, vários outros pontos cegos, escuros, onde o olho não tem sensibilidade, muito embora, como dito antes, toda a retina, os cones e os bastonetes continuem funcionais. Imagine-se os vidros de um autocarro, muitas vezes cheios de publicidade, têm cores diferentes ou são mais baços. A imagem que o passageiro vai ter para o exterior não é nítida, nem completa. Num estado avançado, o glaucomatoso apercebe-se disso, pois já perdeu uma boa parte da visão. No entanto, o glaucoma evolui discretamente e os sintomas não são óbvios: dor de cabeça, enjoo, sendo o sintoma mais revelador o olho e as pálpebras ficarem inchadas e vermelhas. Os danos no campo visual de um glaucomatoso são progressivos. No campo de papoilas em baixo, o glaucomatoso iria deixar de ver as flores brancas, depois as azuis, as nuvens, e aos poucos as flores vermelhas. A imagem parece-lhe natural, pois continua a perceber que se trata de uma campo de flores, mas não é completa.


O cérebro tem essa capacidade de preencher informações não recebidas. Assim, quando a informação é transmitida ao córtex visual, muito embora com falhas, o cérebro completa essas falhas e portanto a incapacidade visual não é compreendida.

O glaucoma, quando diagnosticado na primeira fase, pode ser tratado e controlado. O que significa que apesar de ser uma doença crónica, o paciente poderá nunca sofrer danos no campo visual. A dificuldade do diagnóstico está, como explicado em cima, na falta de sintomas específicos e na impercetibilidade da perda de visão. Assim que o glaucomatoso entra na terceira fase os danos são irreversíveis. Poderá ser acompanhado por um oftalmologista, operado e medicado para estabilizar o progresso da doença, mas não poderá recuperar a visão, pois as células destruídas não se renovam.

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